QUIETude

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“Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois: Dificílimo contar: olhei para você fixamente por uns instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade.”

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(LISPECTOR, Clarice. Água Viva. São Paulo: Círculo do Livro, 1976, p. 63)

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Fabiola Notari e Márcia Gadioli em QUIETude propõem a intersecção de suas poéticas e a justaposição de suas linguagens artísticas. Márcia, desenha com a luz, captando em suas fotografias a fugacidade do instante em oposição à eternidade da imagem. Fabiola, busca no instante as linhas da paisagem, as linhas que moldam o espaço que, traduzidas em monotipias representam, o efêmero da existência.

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Esta caixa é composta por duas propostas independentes, porém, complementares – um livro de artista e duas obras molduradas. Em ambas as montagens, reflete-se sobre o diálogo das linguagens artística – fotográfica e gráfica. No livro de artista, a sobreposição das monotipias dá a sensação de movimento, do passar do tempo subjetivo das memórias a partir do manuseio de suas páginas. Nas obras molduradas trabalha-se com as combinações de ambas as peças numa dança no espaço, na qual o observador também interfere nas peças, organizando-as como desejar.

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O livro de artista é composto por duas fotografias analógicas, preta e branca, ampliadas pelo processo manual em papel especial, dispostas em lados opostos do livro, e sete monotipias monocromáticas costuradas no centro do caderno, este feito artesanalmente. As duas molduras que compõem a caixa também fazem parte da mesma série e processo encontrados  no livro – fotografia analógica e monotipia.

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Essa caixa foi construída pela artista Áurea Denize, os livros no ateliê de Fabiola Notari, localizado em Peruíbe, as fotografias clicadas em uma praia quieta do litoral carioca em novembro de 2013 e ampliadas no laboratório do Clube do Analógico em São Paulo no outono de 2017.

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Sua tiragem é de três exemplares assinados pelas artistas e numerados com numerais arábicos.